Taxas de rendimento do Tesouro Americano atingem patamares mais altos em uma década

Taxas de rendimento do Tesouro Americano atingem patamares mais altos em uma década

Juros mais altos pressionam o mercado acionário americano e as commodities

Os rendimentos dos títulos do tesouro americano seguem subindo para os níveis mais elevados da última década, sustentados por resultados altistas do mercado de trabalho no país e revisões mais altas nos números passados.

Segundo análise da consultoria de commodities agrícolas hEDGEpoint Global Markets, as expectativas de um aumento adicional dos juros por parte do Fed em novembro estão dando suporte ao mercado de títulos do tesouro americano. Os títulos do tesouro americano ainda têm espaço para se valorizarem à medida que mais dados econômicos forem divulgados e indicarem que a inflação continuará elevada. Embora o último relatório de inflação tenha mostrado uma piora, por conta do componente de energia, o núcleo da inflação continua a cair. No entanto, um mercado de trabalho mais robusto, premeditando uma expansão da economia americana, deve reduzir o ritmo da melhora do cenário inflacionário no país.

na avaliação da consultoria, o mercado segue reagindo aos juros mais altos, o que deve resultar em um dólar mais apreciado e, possivelmente, uma atividade econômica menor para o futuro, visto que o efeito dissipador dos juros demora algum tempo para disseminar na economia.

Enquanto isso, o mercado acionário americano tem sofrido quedas nas últimas semanas. Isso ocorre porque os juros mais altos tornam os títulos do tesouro americano mais atraentes, levando os investidores a reduzirem sua exposição a ativos de maior risco, como empresas listadas na bolsa e commodities.

Por sua vez, as commodities enfrentam um horizonte desafiador, pois juros mais altos por mais tempo ou uma recessão podem levar a uma queda nos preços. Esses são dois cenários altamente prováveis dada as atuais circunstâncias, segundo a hEDGEpoint Global Markets.

Dados do payroll vieram quase o dobro do esperado em sua última divulgação, gerando incertezas a respeito da trajetória inflacionária para o restante do ano. Um mercado de trabalho robusto como está agora deverá trazer uma expansão mais forte da atividade econômica, o que pode pressionar a inflação.

Essa possibilidade continua sendo absorvida pelo mercado, que se posiciona à medida que mais dados econômicos são divulgados e buscando antecipar um possível aumento dos juros em novembro, o que traz um sentimento altista para os rendimentos dos títulos do Tesouro Americano.

Ainda nesse sentido, a recente aprovação de um projeto da Câmara dos EUA permite o financiamento das instituições federais por mais 45 dias, afastando o risco da não publicação de indicadores econômicos e permitindo mais dados chegarem ao público e, em especial, ao Fed.

Enquanto isso, países emergentes, em particular o Brasil, seguem assistindo um movimento de depreciação pela conjuntura externa que aponta para uma diminuição do diferencial de juros pagos entre suas moedas e o dólar.

Mercado de trabalho

O mercado de trabalho nos EUA segue forte, gerando preocupações sobre o ritmo de melhora do cenário inflacionário do país, já que o índice de inflação total voltou a subir em sua última leitura, impulsionado, também, pelos maiores custos energéticos. Em setembro foram criadas 336 mil vagas de trabalho, quase o dobro das expectativas do mercado. Apesar disso, a boa notícia é que o aumento dos salários está estabilizando, com um incremento médio de 0,2% por hora de trabalho (um aumento de 4,2% na comparação anual).

Na análise da hEDGEpoint Global Markets, os números do mercado de trabalho são especialmente importantes para definir a trajetória das taxas de juros nos EUA, pois são usados em conjunto com outros indicadores, como o índice de preços ao consumidor (CPI), para medir a atividade econômica e a inflação. Um mercado de trabalho muito forte indica uma expansão da demanda do consumidor, o que pode levar ao aumento dos preços.

Apesar de existir alguma divergência entre as autoridades monetárias quanto a um novo aumento de juros até o final do ano, parece haver um consenso de que as taxas de juros precisam permanecer elevadas por mais tempo do que se desejaria.

Portanto, o mercado está atento aos indicadores econômicos para prever a decisão do Fed em 1º de novembro, e o último relatório de empregos dos EUA aumentou as chances de um novo incremento na taxa de juros.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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